“Amajimbos” vingam-se e disputam final frente a Angola

As selecções da África do Sul (Amajimbos) e de Angola irão disputar o jogo da final do  Torneio Sub-17 de Futebol  da COSAFA, marcado para este domingo, no Stade Francois, Port Louis, Maurícias, pelas 15.00 horas locais. A anteceder a esse jogo, quando forem 11.00 horas, no mesmo recinto, as selecções das Ilhas Maurícias e da Namíbia medirão forças entre si para a atribuição do terceiro e quarto lugar.

Com efeito, a África do Sul venceu nas meias-finais, a sua congénere das Maurícias por 2-0, curiosamente com o mesmo resultado que teria perdido, no ano passado diante deste  adversário. Um golo de Motlhalosi Nare (27’) e um autogolo de Yoan Dupre (90’), colocaram a formação sul-africana na terceira final da Taça COSAFA. Já a selecção de Angola goleou a Namíbia por 7-0, a destacar o hat-trick de Osvaldo Capemba (46’,65’ e 67’). Gaspar Morais (69’ e 83’), Zito Luvumbo (77’) e Abdoul Barri (82’) foram os autores dos restantes golos.

Nare recebeu no fim o troféu de homem de jogo. Recorde-se que este jogador, marcou na edição passada cinco golos a semelhança de Lameck Banda (Zâmbia), e Martin Njobvu (Zâmbia), sendo este o  maior registo fixado na lista dos golos  marcados.

Lembrar  que África do Sul, que esteve inserida no Grupo “B”, terminou líder na fase de grupo com um total de  sete pontos (7), fruto de duas vitórias e um empate.

Há dois anos a selecção da nação arco-íris chegaram a disputaram a final, também realizada nas Maurícias, onde surpreendentemente perderam frente a Namíbia no desempate da lotaria das grandes penalidades.

Lembrar que a grande novidade é que o vencedor desta competição irá representar a região austral na Taça das Nações Africanas (CAN) que irá realizar-se de 12 a 26 de Maio de 2019 e que o mesmo comportará oito equipas. A importância deste campeonato foi reforçada pela Confederação Africana de Futebol (CAF), que tomou a decisão de alterar o anterior figurino de qualificação.

O CAN, por sua vez, determinará os quatro países africanos que disputarão o Campeonato Mundial da categoria que terá lugar no Peru de 17 de Setembro a 8 de Outubro do próximo ano.

África do Sul acerta as contas

Foi na verdade um encontro para o acerto de contas, já que na edição passada os anfitriões afastaram, nas meias-finais, por 2-0, a sua congénere da África do Sul. Por ironia do destino, as duas equipas voltaram a cruzar o mesmo caminho, curiosamente de novo nas meias-finais. Os “Amajimbos” tiveram que teve de se contentar com o quarto lugar depois de perder para o Malawi no jogo de medalha de bronze.

Era proibido fazer feio jogando em  seu reduto, os insulares tinham a obrigação de vencer, até porque apoio, foi o que não faltou aos anfitriões por parte do público que afluiu consideravelmente no Stade Francois Xavier para assistir o desafio.

De outro lado, estava uma África do Sul que viu a sua honra beliscada com a derrota sofrida por este adversário (2-0), no ano passado, curiosamente no mesmo local do crime. Não se “trata necessariamente de uma revanche”, tal como disse em entrevista Cosafa.como guarda-redes a serviço do Maritzburg United, Constandino Christodoulou, mas sim um jogo para ganhar!

As duas formações entraram balanceadas ao ataque, mas foi a África do Sul que criou a primeira situação de perigo a passagem do minuto 15, quando Radiopane desfere um remate forte à entrada da grande área. Estava dado o aviso a navegação.

Face ao domínio e controlo do jogo, o golo veio a surgir no minuto 27 por intermédio de Motlhalosi Nare, avançado do Alex Aces, da África do Sul. Este conduziu a bola numa numa jogada individual até a zona de rigor e, quando pareceu que o mesmo havia perdido o controlo da mesma, a defensiva contrária adormeceu e criou espaço para este rematar. Uma autêntica displicência dos defesas que custou caro a equipa.

Mesmo com alguns rasgos em saídas de contra-ataque, a equipa caseira não conseguiu reagir a desvantagem tendo saído ao intervalo com o 1-0, ao intervalo.

Coube a África do Sul manter a mesma toada de jogo controlando o mesmo  logo após o reatamento na segunda etapa. Com uma atitude mentalmente forte, os treinados de Molefi Ntseki, treinador  da selecção sul-africana conseguiram controlar os níveis da ansiedade tendo a situação sob seu  controlo.

Pressionados com o tempo a passar, a equipa orientada por Daniel Ramsamy, timoneiro das Maurícias passaram a jogar no meio-campo contrário, remetendo o seu adversário a defesa. Tudo não passou de um momento de desespero, pois, os Amamjimbos viram o score a dilatar justamente no minuto 90, numa jogada de insistência por Nare, este desfere um remate forte que o grada-redes contrário faz uma defesa incompleta e, na recarga o autor do primeiro tento volta a rematar e, para a infelicidade dos caseiros, a mesma toca no defesa Yoan Dupre que faz o autogolo! Estava escrita a história do jogo. A África do Sul, marcava assim a sua terceira final neste Torneio perante um adversário que não resistiu perante a fúria dos “Amjimbos”.

Osvaldo  e companhia  colocam Angola na final  

Era tudo ou nada para as duas equipas. A Namíbia que entrou com o pé direito conseguindo  a vitória mais expressiva da prova, ao impor uma pesada derrota as Seychelles (8-3), entrou com os níveis de confiança em alta, mas em contrapartida estava perante um adversário que depois de dois anos de ausência voltou disposta para resgatar a sua identidade ganhadora.

Angola procurava melhorar a prestação tida na Namíbia, em 2007 onde não foi além da fase de grupos.

Os “Palanquinhas” tiveram uma primeira parte que dominaram o jogo mas pecavam no capítulo da finalização. Só depois de um puxão de orelhas  por parte da equipa técnica, no início da segunda etapa, a equipa angolana chegou ao golo por intermédio de Osvaldo Capemba, atacante que evolui  na equipa 1º de Agosto de Angola. Os namibianos acabaram criando muitas facilidades abrindo espaço para a vitória fácil da turma angolana.

Os  treinados de Pedro Gonçalves, técnico português a serviço da selecção angolana terminaram em pleno a fase de grupos (C), com nove pontos, fruto de três vitórias em igual número de jogos.

Na primeira jornada venceram o Malawi, por 1-0, depois despacharam os representantes da Suazilândia, actual Reino eSwatini quatro bolas sem resposta (4-0). No último embate da fase de grupos os angolanos saíram-se vitoriosos  sobre o Zimbabwe, por 2-1.

Por sua vez, os namibianos golearam na estreia as Seychelles, por 8-3, derrotaram as Maurícias, por 1-0, e finalizaram com vitória sobre o Botswana, por 2-0.