Zâmbia vence Moçambique e conquista segundo título no COSAFA sub-17

A Selecção Nacional de Futebol da Zâmbia conquistou este domingo, o seu segundo título, na final do Campeonato Masculino Sub-2017 de Futebol da África Austral (COSAFA), ao vencer na final, no Mpira Stadium, a sua similar de Moçambique, por 2-0, com os golos de Joseph Banda (52´) e Rickson Ng´ambi (74´). Os zambianos finalmente conseguiriam alcançar o seu segundo troféu depois de terem o feito em 2017.

A cerimónia de atribuição dos prémios contou com a participação honrosa de Dr. Phillip Chiyangwa, presidente da COSAFA, Dr. Walter Nyamilandu, presidente da federação malauiana  de futebol e outras figuras ligadas ao meio desportivo e não só, de Bantyre.

Na categoria dos prémios individuais Moses Mulenga, da Zâmbia foi eleito a jogador do torneio, enquanto que a bota de ouro foi repartida por três jogadores a saber Simon Cipriano (Moçambique),Valdemiro Domingos (Angola) e Rickson Ng´ambi (Zâmbia). Iford Mwale guarda-redes da Zâmbia contentou-se o prémio de melhor guarda-redes, não tendo sofrido nenhum golo.  O prémio fair-play foi para a selecção do Eswatini.

Moçambique conseguiu resistir 45 cinco minutos tendo dominado e sido a equipa que mais criou as oportunidades de golo. Em duas ocasiões flagrantes (9´ e 12’),  Simon Cipriano ficou por marcar, porém a pontaria não esteve presente. Mesmo, com menos uma unidade em campo  a Zâmbia foi letal  e venceu de forma incontestável a rapaziada moçambicana que soube valorizar este triunfo.

Festa e muita alegria caracterizou o encerramento deste campeonato que provou, uma vez mais o comprometimento que a COSAFA tem em relação ao desenvolvimento do futebol infanto-juvenil.

 “Poker”de Valdemiro dá bronze a Angola

Na disputa pelo terceiro lugar, a medalha de bronze acabou ficando com a selecção de Angola, esta que suplantou a sua similar do Eswatini por 5-0, Valdemiro (15´,29´, 67´ e 84’),  Muhongo (39´) foram os marcadores na vitória dos “Palanquinhas”, estes que perderam a possibilidade de  revalidar o título, nas meias-finais  depois de terem tombado frente a selecção zambiana por 2-0.

Valdemiro Domingos, meio-campista a serviço do ASA (Angola) foi o herói do jogo tendo feito um “poker” num só dia, à semelhança do moçambicano Simon Cipriano, que também marcou quatro golos frente ao Lesotho. Valdemiro foi o “Man of The Match”(o homem do jogo).

Lembrar que os angolanos sagraram-se campeões, na edição passada disputada nas Maurícias, onde garantiram igualmente a qualificação automática para o Campeonato Africano das Nações (CAN) disputado na Tanzania em Abril deste ano. Estes terminaram na terceira posição, lugar que a permitiu a qualificação para o Mundial deste ano a ter lugar no Brasil, tal como já referenciado.

O obreiro deste trabalho é o técnico português, Pedro Gonçalves, que também acumula as funções de treinador da selecção de honras daquele país. Gonçalves entrou com o pé direito arrancando uma vitória (1-0) sobre a Gâmbia, na campanha de qualificação do Campeonato do Mundo   ter  lugar no Qatar em 2022.

Focados na preparação para o Mundial da categoria a realizar-se no Brasil, no próximo mês (Novembro), a equipa técnica apresentou-se com uma nova geração de jogadores talentosos, como são os casos de Rivaldo, Osvaldo e Valdemiro Domingos. Jogadores como Zito Luvumbo e Capita, destacaram-se na edição passada do COSAFA  e hoje constituem referências no futebol angolano.

Percurso dos finalistas

Depois do título conquistado em 2017, a Zâmbia não conseguiu no mesmo ano fazer jus do seu estatuto não conseguindo impor-se diante da África do Sul, nas meias-finais. Estes vergaram por 2-1. A  África do Sul arrumou a Zâmbia por 2-1 com os golos de Buthelezi (12’) e Radiopane (80’) sendo que a Zâmbia marcou  por Kalinda a passagem do minuto sete  (7).

Este ano,  os zambianos entraram determinados e fulminantes. Venceram as duas primeiras jornadas, a primeira frente ao Eswatini (6-0) e a segunda sobre a África do Sul por 7-0. Os treinados de terminaram invictos a fase de grupos com um total de nove (9) pontos.

Nas meias-finais, esta equipa acabou tirando o título a Angola vencendo por 2-0.

Acrescentar que depois de ter sido desqualificada em 2016 por ter utilizado atletas com idades superiores a 17 anos, os zambianos entraram para esta edição determinados a resgatar a sua identidade vencendo os jogos com verdade desportiva. Como forma de desencorajar actos que em nada dignificam o futebol, a COSAFA apertou o cerco tendo obrigado que os atletas zambianos e não só efectuassem testes de ressonância magnética para apurar a idade real dos atletas.

Moçambique

Basta lembrar que Moçambique na fase de grupos (B) Moçambique teve um  bom começo ao afastar do seu caminho a turma Angolana por 1-0, com o único golo da partida a ser marcado pelo defesa  Aylton (2´). Na segunda jornada, a equipa de Victor Matine cedeu um empate sem golos frente as Comores, um nulo que quase chegou a comprometer as aspirações dos “Mambinhas”. Na terceira e última jornada, os moçambicanos cilindraram a simpática equipa do Lesotho por 4-1, mercê dos quatro golos marcados pelo avançado a serviço do Desportivo de Maputo, Simon Cipriano

Moçambique, que tem participado de forma esporádica neste evento, após ter sido desqualificado em 2001 por ter utilizado jogadores com idades viciadas, viu a sua suspensão ser levantada em 2017. Aliás, antes de se qualificar para o Campeonato Africano das Nações (CAN) Moçambique caiu na fase de grupos em duas ocasiões (1995 e 2001), no que ao COSAFA diz respeito.

Nesse ano (2017) os moçambicanos derrotaram Madagáscar (2-0) e Zâmbia (1-0), mas uma derrota para a África do Sul (1-3) impediu que os representantes moçambicanos avançassem para as meias-finais, apesar dos seis pontos conquistados.

Contudo, o percurso da selecção de esperanças não foi de todo sinuoso como se pode esperar. Eles foram vice-campeões na primeira edição disputada em 1994, quando venceram o Botswana e o Lesotho, ambos por 1-0, e empataram por 2-2 frente ao Zimbabwe.

Em 2018 a nossa selecção derrotou o Lesotho (2-1), empatou com a Zâmbia (0-0) e perdeu para a África do Sul (1-4), o que não foi suficiente para vê-los na etapa seguinte.

Moçambique viria a cair na final diante da África do Sul por 2-1. Foi com esta mesma equipa que Martinho Fernandes qualificou os Mambinhas para o Campeonato das Nações Africanas (CAN) do Mali no ano seguinte, tendo perdido na final curiosamente na marcação das grandes penalidades com o país anfitrião.