Zâmbia enche o saco e Malawi bate África do Sul

A selecção de futebol da Zâmbia entrou demolidora ao alcançar o resultado até aqui expressivo depois de vencer a sua similar do Eswatini por claros 6-0, em jogo a contar para a primeira jornada do Grupo “A”, do Campeonato do Conselho das Associações de Futebol da África Austral (COSAFA), que arrancou na última sexta-feira, devendo terminar no dia 20 de Outubro do ano em curso na cidade malawiana de Blantyre. Mulenga (5´), Ngambi (14´), Chaiwa (32´), Songa (45´+2) e Kumwenda (60´) foram os obreiros da vitória.

Com este triunfo, a Zâmbia ocupa a primeira posição do grupo com três pontos à semelhança da selecção anfitriã, que impôs uma derrota aos vice-campeões, África do Sul por 3-0, a contar também para o mesmo grupo. Dois golos de Dave Tobias (57´e 58´) e Mike Thomu (45+1) colocam a equipa de Deklerk Msakakuona em melhores condições de lutar pelo título.

A anteceder o jogo foi feita a abertura oficial do Campeonato, numa cerimónia que contou a honrosa presença do Ministro dos Desportos e Cultura do Malawi, Francis Phiso, o presidente da Federação de Futebol do Malawi (FAM), Walter Nyamilandu-Manda e Khiba Mohoanyane, do comité de organização da COSAFA.

O momento cultural esteve a cargo da Companha Nacional local de dança. Chisamba, uma dança tradicional originária na zona central daquele país serviu como o cartão postal para a animação da abertura da oitava edição deste que é o maior torneio infanto-juvenil da região. facto curioso é que esta  dança é executada por mulheres.

Chikondi Kanjadza, a primeira rapariga “miss” albino foi a escolhida para o desfile com troféu antes do arranque do jogo que iria opor frente-a-frente a selecção anfitriã e a África do Sul.

Chikonde é o rosto da campanha educativa do Malawi na luta contra a estigmatização do albinismo.

Invasão zambiana ao reino do Eswatini

Uma entrada em falso do guarda-redes Syabonga Magagula, do Eswatini permitiu com que a Zâmbia festejasse o primeiro após o atacante Moses Mulenga ter inaugurado o marcador a passagem do minuto cinco (5). Não tardou para os “Junior Chipolopolo”, nome de guerra da equipa zambiana chegar ao segundo golo. Rickson Ngambi não deu hipóteses de defesa ao guardião contrário depois de desferir um petardo na cobrança de um livre directo.

Ainda que tenha tentado oferecer alguma resistência, os representantes do Eswatini mostravam-se pouco eficazes ao defender-se, dai que o terceiro golo foi inevitável. O capitão Miguel Chaiwa foi o responsável pelo golo ao bater um penálti a favor da sua equipa quando estavam jogados 32 minutos.

Nos dois minutos de compensação após o término da primeira etapa, Chipyoka Songa, meio-campista a serviço dos Young GBFC, da Zâmbia estabelece o 4-0, indo ao intervalo com a vantagem no marcador. À entrada para segunda parte a Zâmbia voltou a agigantar-se marcando o quinto golo, desta feita por intermédio de Julius Kumwenda, aos 60 minutos, para no minuto 87 Charles Mumba fazer o 6-0.

Frisar que na edição passada a equipa do Eswatini entrou melhor ao vencer na jornada inaugural o Zimbabwe por 3-2. A então equipa treinada por Valekhaya Mthethwa, técnico da Suazilândia foi afastada ainda na fase de grupos tendo terminado a prova apenas com uma vitória e duas derrotas.

Lembrar que a ex-Suazilândia (Eswatini)  esteve perto de chegar ao título antes de terminar como vice-campeão num torneio ganho pela  África do Sul em 2002, quando a competição foi decidida por pontos.. Estes chegaram a qualificar-se no ano seguinte para o CAN, que curiosamente foi acolhido no mesmo país.

Junior Flames queimam Amajimbos

Com o Mpira Stadium a rebentar pelas costuras, os anfitriões tornaram o seu terreno um verdadeiro caldeirão de emoções com cerca de 15.000 (quinze mil) espectadores a puxarem pela equipa caseira. Os “Amajimbo’”, nome de guerra da África do Sul tiveram que apelar a calma e concentração para conter a pressão e a ansiedade que poderia advir ao longo do jogo.  Várias bolas ao poste, vários cortes colocavam a África do Sul em stress constante.

Quando tudo indicava que as duas equipas iriam ao intervalo com o nulo, eis que no segundo minuto de compensação da primeira etapa, Mike Thomu, coloca o Malawi em vantagem ao intervalo.

O início da segunda etapa era apenas o começo de um pesadelo para os vice-campeões (África do Sul).  O segundo golo nasceu dos pés de Noel Sakala, que numa jogada individual conduziu a bola até a linha de fundo fazendo um centro para o seu colega Dave Tobias, posicionado na zona de rigor que só precisou de encostar a bola com o peito para a baliza.  O mesmo viria a marcar o terceiro golo no minuto seguinte. Via-se uma África do Sul impotente e incapaz de dar a volta ao resultado

Acrescentar que a África do Sul é um dos dois únicos países representantes da COSAFA, sendo o outro o Malawi, a cometer a proza de se qualificar o Campeonato Mundial da categoria que teve lugar em 2015, no Chile.

O máximo que a equipa conseguiu na sua participação foi um empate a uma bola (1-1), diante da Correia do Norte. A equipa estreou cm uma derrota diante da Costa Rica por 2-1, e no último jogo perderam para a Rússia por 2-0.

Anotar que por três ocasiões as Maurícias acolheram prova (2016 a 2018). A África do Sul venceu duas delas em 1994 e 2002, o Malawi conquistou o sucesso em 2001. O Zimbabwe conquistou o título em 2007, enquanto a Namíbia venceu em 2016, a Zâmbia em 2017 e Angola conquistou o título no ano passado.

Tal como preconiza o Regulamento da prova, apenas os vencedores dos grupos e o segundo melhor classificado de todos avançaram para as meias-finais. As equipas estão  divididas em dois grupos.