Uganda vence África do Sul e conquista primeira edição do COSAFA Sub-17

A selecção do Uganda entra para história ao conquistar a primeira edição do Campeonato Feminino Sub-17 do Conselho das Associações de Futebol da África Austral (COSAFA), ao vencer a sua congénere da África do Sul por 2-1, em jogo da final deste torneio, realizado hoje, no Estádio Francois Xavier.

Fauzia Najjemba (56´) e a inevitável Juliet Nalukenge, eleita melhor jogadora em campo e melhor marcadora da competição com 18 golos foram as autoras dos golos deste triunfo. Do lado sul-africano, Tiffany Kortjie marcou o golo do empate a passagem do minuto 74.

Foi uma final electrizante e imprópria para cardíacos. Venceu a convidada Uganda que teve pela frente um adversário respeitável que soube valorizar a conquista. Uma vez mais, ficou provado que o comprometimento que a COSAFA assumiu para o desenvolvimento do futebol feminino, em particular está a ganhar forma. Vários nomes serão conhecidos, neste que é conhecido como o celeiro de produção das estrelas emergentes.

No que a premiação diz respeito, Juliet Nalukenge, de Uganda ficou com as botas de ouro enquanto que a sua  colega de equipa, guarda-redes Daphine Nyayenga, que sofreu apenas um golo contentou-se com as luvas de ouro.

A capitã da África Jessica Wade foi considerada a jogadora do torneio num processos de votação que contou com alguns técnicos. O prémio “Fair Play” foi para a selecção do Botswana.

A anteceder a este jogo, as formações do Botswana e da Zâmbia jogaram entre si para a atribuição do terceiro lugar,  coube a Zâmbia ficar com a medalha de bronze depois de vencer por 3-0, a sua similar do Botswana. Nsama (27´),Masumo (63´) e Chilenga (86´) apontaram os golos da vitória histórica para esta equipa.

Lembrar que o Campeonato arrancou no passado dia 20 de Setembro devendo terminar a 29, tal como referenciamos  do mesmo mês, em Port Louis, Maurícias. Segundo o Regulamento da prova as equipas estão divididas em dois grupos, cada um contendo quatro equipas, com as duas primeiras melhores classificadas em cada grupo a avançar para as semifinais.

O percurso das finalistas

A convidada da África Ocidental (Uganda), mostrou um grande exemplo de superação, depois de ter começado a fase de grupos com um empate a uma bola frente a Zâmbia. Um nulo que até certo ponto comprometia as aspirações da equipa treinada por Khalifa Ayub, técnico do Uganda. A equipa anfitriã, Maurícias foi a única que saiu triunfante no Grupo “A”, tendo terminado a primeira jornada líder do grupo com três pontos (3), depois da vitória sobre as Comores por 1-0.

Mas, como no futebol não interessa como se começa, mas sim como se termina, na segunda jornada, as ugandesas surpreenderam as Maurícias com uma goelada (11:0), numa partida em que a avançada Nalukenge Juliet, marcou sete golos. Mesmo com a vitória da Zâmbia sobre as Comores (15-0), a selecção do Uganda não se esmoreceu, pois teria pela frente a frágil Comores.

Com todas as condições criadas para terminar a fase de grupos em grande, o Uganda aplicou uma estrondosa goleada a simpática Comores (20-0), o que lhe conferiu a liderança do grupo com sete (7) pontos, os mesmos que a Zâmbia, mas a levar vantagem na diferença golos marcados. A Zâmbia marcou 24 golos e sofreu apenas um, enquanto que o Uganda conseguiu apontar 32 golos, tendo sofrido o mesmo número que o seu perseguidor directo, Zâmbia.

Por força do regulamento da prova, as duas selecções garantiram o apuramento para as meias-finais, deixando para trás as Maurícias e as Comores.

Embaladas e animadas com a transição para a fase seguinte, as ugandesas voltaram a surpreender ao derrotar por esclarecedores 12-0, a sua congénere do Botswana, segunda classificada do Grupo “B”. Uma vez mais, Nalukenge Juliet a melhor marcadora do torneio voltou a fazer das suas.

Honra para a África do Sul

Entraram com o rótulo de favoritas para este torneio, a selecção sul-africana que carrega consigo alguma bagagem de experiência terminou a fase de grupos com um pleno. A vitória expressiva sobre as Seychelles (28-0), curiosamente no dia em que a técnica principal da equipa completava mais um ano de vida, para além de ter servido de prenda a esta foi também o prenúncio de uma boa campanha.

Na segunda jornada as “Bantwana Bantwana, alcunha usada para as raparigas sul-africanas, levaram de vencida a as “Young Mares”, nome de guerra do Botswana por 5-1, sendo que na terceira e última jornada da fase de grupos, a África do Sul bateu a promissora selecção de Madagáscar por 3-1.

Simphiwe Dludlu, treinadora da áfrica do Sul foi ousada arriscando alinhar com uma equipa nova, o que lhe custou uma vitória (2-1) suada para garantir a passagem para as meias-finais.

Mundial a vista

Depois de Trinidad e Tobago, Azerbaijão, Jordânia, entre outros, que já acolheram o Campeonato Mundial de Futebol, desta vez  cabe a Índia sediar o Campeonato Mundial de Futebol-2020, aonde irão revelar-se as novas estrelas do futebol feminino mundial em ascensão. Este será o segundo torneio da Federação Internacional de Futebol (FIFA) que a Índia acolhe na história do futebol local e internacional.

O evento em causa irá decorrer de 21 de Setembro a 4 de Outubro, segundo o Indian Express, é provável que o evento seja disputado em quatro cidades locais. Como anfitriões, a Índia já tem uma vaga garantida no torneio, o que significa que o país jogará pela primeira vez a edição feminina.

Esta é vista sem dúvidas, uma excelente oportunidade única para as “equipas da COSAFA” prepararem-se ao mais alto nível antes de iniciarem as eliminatórias qualificativas de acesso a copa.

A África do Sul e a Zâmbia são os únicos países da COSAFA que ativeram a sua aparição no Campeonato Mundial da Categoria. A África do Sul conseguiu o feito em 2010 e 2018, enquanto a Zâmbia também teve o privilégio de lá estar em 2014.

Importa frisar também que apenas quatro nações da região COSAFA entraram nas eliminatórias qualificativas para o Mundial antes,- Botsuana, Namíbia, África do Sul e Zâmbia. Com o estabelecimento do Campeonato Feminino de Sub-17 da COSAFA, esse número deverá aumentar. Apenas cinco nações africanas entraram nas eliminatórias para a Copa do Mundo da FIFA 2010, com duas da região COSAFA – Botswana e África do Sul. Esse número aumentou para 12 nas eliminatórias de 2018.