… e a história repetiu-se, Zâmbia e Zimbabwe na final

As selecções da Zâmbia e do Zimbabwe disputam este sábado, no New Peter Mokaba, a final do Torneio da Taça COSAFA que vem sendo disputado na cidade de Polokwane, África do Sul, desde o dia 27 de Maio do mês em curso. O desafio está agendado para 15:00 horas locais.

Para transitar a fase seguinte, a Zâmbia derrotou por uma bola sem concorrência a sua congénere de Madagáscar, enquanto que o Zimbabwe venceu por 3-1, no desempate de grandes penalidades, depois do zero a zero no tempo regulamentar.

O guarda-redes George Chigova voltou a ser o herói do jogo ao defender por duas ocasiões. Um ano depois, estes arqui-rivais reencontram-se para o ajuste de contas.

O jogo referente a atribuição do terceiro e quarto lugar colocará frente-a-frente a selecção de Madagáscar e do Lesotho e está marcado para as 19:30 horas locais.

Lembrar que no ano passado a Selecção do Zimbabwe conquistou o seu quinto título na 17ª edição da Taça COSAFA CUP, ao vencer a sua similar da Zâmbia por 3-1, com golos a serem marcados por Knox Mutizw,Talent Chawapiwa, Ocean Mushure nos minutos 22, 55 e 67 respectivamente. O golo de honra do lado da Zâmbia foi apontado por Lubinda Mundia, aos 38 minutos. O torneio que decorre desde o passado dia 25 na província North West em Rustenburg teve o seu epílogo hoje com a tradicional cerimónia de atribuição de medalhas e troféus por parte da organização

Este foi o segundo encontro entre estes dois conjuntos na COSAFA. A primeira ocasião foi em 2008 quando a Zâmbia ficou em terceiro lugar, vencendo o desafio por 2-0.

Por suas vez, a selecção malgaxe conseguiu por duas ocasiões chegar as meias-finais do torneio regional da COSAFA, a primeira em 2008 e novamente em 2015. Em ambas as ocasiões, o torneio teve lugar na África do Sul. O Seu melhor resultado foi ter ocupado o terceiro lugar depois de terem conquistado uma medalha de bronze há três anos.

Este ano a equipa insular jogou cinco vezes conseguindo conquistar duas vitórias e dois empates e uma derrota, para o Kosovo em partida de carácter amistoso havida em Março.

Recorde-se que Madagáscar liderou o Grupo “A” , na fase de grupos até chegar aos quartos-de-final, na sua trajectória os ilhéus estrearam com vitórias  diante das selecções de  Moçambique (2-1) e das Comores (1-0), mas foram surpreendidos por um empate diante dos seus vizinhos das Seychelles (1-1). Eles terminaram um único ponto à frente de Moçambique.

Uma Zâmbia que deixa muito a desejar

A equipa de Beston Chambeshi, treinador da Zâmbia, estava ciente que enfrentaria um  adversário difícil e teria que despir-se por completo de qualquer tipo de estereótipos ou preconceito a volta  desta selecção, que até então era tida por alguns como um alvo de fácil abate. Aliás, não devemos nos esquecer que esta equipa já alcançou alguma vez duas meias-finais (2008 e 2015).

Os insulares, como sempre pautaram por um futebol ofensivo e, sem tremeliques encararam o seu adversário de peito feito, sendo estes os primeiros a lançarem o aviso a navegação quando estavam jogados apenas 16 minutos, quando Marcio Carlos, intenta um remate a meio da rua obrigando uma defesa apertada a Toaster Nsabata. A constante troca de bola a largura do terreno permitia com que os treinados de Théodore Rakotorimino, técnico de Madagáscar explorassem as brechas deixadas pela defensiva contrária.

Por sua vez, a Zâmbia que é experiente nestas andanças precisou apenas de paciência para estudar o seu adversário. um verdadeiro golpe de mestria é o que podemos chamar a mudança repentina dos acontecimentos que os “Chipolopolos” operaram. No minuto 34, Lazarous Kambole, jogador a evoluir no Zesco United, da Zâmbia rouba a bola na zona do meio-campo contrário e galga o terreno até a zona do barrulho onde é travado por Alain Jhony, defesa de Madagáscar quando estava prestes a colocar a bola no fundo das malhas.

Na se segunda tentativa, Kambole foi mais certeiro marcando o primeiro golo para a Zâmbia quando estavam jogados 38 minutos. A um minuto do  fim da primeira etapa, os “Chipolopolos” estiveram na eminência de dilatar o resultado não fosse a perdida de Kelvin Mubanga.

No reatamento, a Zâmbia entrou com a mesma toada de jogo, o espectáculo acabou por se caracterizar com um festival de falhanços de ambos lados. Apesar da desvantagem no resultado, os “Barea”,nome de guerra da selecção de Madagáscar ofereceram resistência negando os golos até o fim do jogo. Viveu-se uma ponta final dramática que ficará para a história deste torneio.

O momento marcante desses episódios sucedeu no minuto 90, quando numa jogada de contra ataque envolvendo três homens completamente desguarnecidos desperdiçam a diamantina oportunidade de fechar o jogo com chave de ouro. Lazarous Kambole, voltou a ser o vilão ao falhar escandalosamente frente-a-frente com o guardião contrário. Este foi egoísta mesmo tendo duas linhas de passe por fazer. Terminava, assim a crónica de um jogo com um final feliz, uma vez mais para os “guerreiros de Zimbabwe”.

Chigova coloca Zimbabwe na final

Foi também um dos desafios aguardados com enorme expectativa, tendo em conta que estas equipas, são as que mais apoiantes tem. À semelhança de Madagáscar, o Lesotho, outro outsiderque afastou a Suazilândia por 1-0, não foi uma pêra doce como alguns poderiam pensar. Os “Basotos” não deram vida fácil ao detentor do título. A muralha defensiva criada pelos treinados de Moses Maliehe não permitia a intromissão de qualquer que fosse a incursão à sua baliza.

Entre algumas situações esporádicas de contra-ataque, de ambos lados os dois conjuntos terminaram a primeira parte empatadas a zero. Percebia-se claramente que interessava o Lesotho levar a decisão do jogo ao desempate das grandes penalidades.

Recordar que o Zimbabwe que também esteve isento da fase de grupos teve que recorrer as grandes penalidades para afastar do seu caminho o Botswana (3-1), depois do empate a uma bola no tempo regulamentar.

A marca da desilusão estava estampada de forma indisfarçável nos semblantes do banco técnico do lesotho. E não era para menos. A equipa do Lesotho de tudo fez chegar a final.

O percurso triunfante dos detentores do título começou a ser escrito quando o Zimbabwe, cinco vezes vencedor (2000, 2003, 2005, 2009 e 2017), viu o seu caminho interrompido pelos Brave Warriors (Namíbia), que lhes goleou por 4-1 na terceira e última jornada do Grupo A, em que o Zimbabwe só precisava de um empate para estar nos quartos-de-final.

No rescaldo das 17 edições até aqui realizadas, Zâmbia e África do Sul são as selecções que já ganharam a competição mais vezes (4), seguidos por Angola com três conquistas.

Recordar que as entradas para assistir aos jogos são GRATIS!