A Selecção Sub-20 de Angola conseguiu a qualificação para as meias-finais do Torneio de Futebol da COSAFA, como a segunda melhor classificada de todos os grupos, após vencer no jogo da terceira e última jornada do Grupo “C”, a sua similar do Zimbabwe por 4-1. Daniel Liberal (5’ e 46’), Jelson Mivo (42’) e Fernando Duarte 64’ foram os obreiros da vitória angolana
Com efeito os “Palanquinhas Negras” irão medir forças com a África do Sul no dia 11 de Dezembro, pelas 13:00 horas no Nkana Satdium. Enquanto que os anfitriões, Zâmbia irão disputar o acesso para a final diante do seu eterno rival, Zimbabwe no mesmo dia e local quando forem 15:30 horas.
Interessava a selecção de Angola vencer o jogo por uma margem expressiva de golos para seguir como a segunda melhor classificada de todos os grupos, isto é, bastava apenas vencer por 2-0 ou mais ao Zimbabwe. Quem ficaria assim prejudicada caso tal facto se efectivasse seria a selecção de Moçambique que estaria impedida de se qualificar devido a diferença de golos. Os treinados de Victor Matine que terminaram a fase de grupos com um total de cinco pontos, frutos de dois empates e uma vitória, sendo que marcaram três golos e sofreram dois.
Já Angola, que a entrada desta jornada ocupava a segunda posição com dois pontos contabilizava apenas um golo marcado e igual número sofrido. O certo é que Angola venceu de forma inquestionável e cumpriu com o seu objectivo.
Importa recordar que a formação angolana iniciou a sua odisseia no torneio com consentindo um empate a uma bola diante do Lesotho tendo na segunda jornada sucedido o mesmo cenário, mas desta feita sem golos.
Quando a fé remove montanhas
Com os nervos a flor da pele a selecção de Moçambique tomou um balde de água fria ao ver a selecção de Angola a marcar o primeiro quando estavam transcorridos apenas cinco minutos. Daniel Liberal, jogador a evoluir no Chievo de Verna foi quem cometeu a proeza de colocar a equipa angolana em vantagem ao marcar um golo ontológico que deixou os zimbabueanos boquiabertos.
Os treinados de Pedro Valdemar montaram uma equipa ofensiva que não deixava o seu adversário transpor o seu meio-campo. E foi com essa toada de jogo que Angola conseguiu chegar ao golo através de uma grande penalidade convertida por Jelson Mivo a passagem do minuto 42.
Viu-se um Zimbabwe desinteressado e sem vontade de reverter o cenário, considerando que já havia garantido a sua qualificação, afinal o técnico do Zimbabwe abdicou-se de boa parte dos jogadores que compõem a espinha dorsal da equipa como forma de poupa-los paras o jogo das meias-finais.
O olhar de desalento tomou por completo a equipa moçambicana que via a sua passagem comprometida. Foi com a vitória confortável que os “Palanquinhas” saíram ao intervalo. No reatamento a selecção angolana dominou por completo o jogo tendo marcado mais dois golos.
Num breve resumo no que diz respeito a selecção de Angola na COSAFA, o país nunca provou o sucesso na versão júnior neste que é o maior torneio regional, apesar de um bom desempenho que a selecção de honras tem registado nesta competição.
Os “Palanquinhas” apareceram em quatro finais, perdendo três seguidas entre 2000 e 2002, e depois em 2011, aonde caíram aos pés da Zâmbia por 2-1 para a Zâmbia.
Depois de terminar em quarto em 2016, Angola decepcionou-se com os seus altos padrões no ano passado, quando conquistou apenas um ponto nos três jogos para terminar no último lugar do Grupo C.
Angola sempre foi conhecida como uma excelente produtora de jovens talentos, muitos dos quais seguem para Portugal e outras partes da Europa
O inevitável adeus de Moçambique
Moçambique terminou a fase de grupos com um saldo de cinco pontos, frutos de dois empates e uma derrota enquanto que a Zâmbia, líder do grupo somou sete pontos mercê de duas vitórias e um empate. Por sua vez, a República Democrática do Congo, que participou na qualidade de convidada terminou a prova com um total de três pontos após ter vencido o Malawi por 3-1. Na cauda da tabela classificativa ficou o Malawi com apenas um ponto.
De resto, foi um percurso marcado por diversas adversidades que colocaram a prova a capacidade de resistência e de superação dos treinados de Victor Matine, que chegaram a efectuar dois jogos em menos de 24 horas.
O máximo que Moçambique conseguiu alcançar nesta competição foi quando marcou a sua primeira presença numa final épica disputada em 2008, tendo infelizmente perdido para a África do Sul, que, à nossa custa, somava, dessa forma, o seu quarto título, que a coloca em terceiro lugar do ranking, atrás da Zâmbia e Zimbabwe.