Angola conquista bronze no CAN e garante “Mundial”

A Selecção Sénior Masculina de Futsal de Angola garantiu, nesta sexta-feira, o apuramento ao Campeonato Mundial da categoria, que terá lugar na Lituânia, de 12 de Setembro a 4 de Outubro do ano corrente, depois de vencer o desafio para atribuição do terceiro lugar da prova, a sua similar da Líbia por 2-0, no Campeonato Africano das Nações (CAN), que vinha decorrendo na cidade marroquina de Laayoune, de 28 de Janeiro e que teve o seu epílogo hoje.

O regulamento do CAN de Marrocos impunha que os primeiros dois classificados de cada grupo apuram-se para as meias-finais e que a terceira melhor classificada da prova se apura-se para o “Mundial”.

Quem também cometeu a mesma façanha, foi o anfitrião, Marrocos que levou de vencida o Egipto por 5-0, no jogo da final revalidando o título africano. Curiosamente as duas equipas já haviam disputado uma final, em 2016, em Joanesburgo tendo os marroquinos vencido por 3-2, numa partida electrizante e que chegou a criar muitas crispações entre os jogadores dada a pressão do jogo. O mesmo cenário não fugiu à regra nesta edição. Foi necessário muta frieza por parte do arbitro tunisino Ayemen Kammoun para  gerir os ânimos exaltados dos arqui-rivais.

Artur da Silva (17´) e Magno Gomes (40´) foram os autores dos golos que confeririam a presença inédita de Angola, equipa que integra o bloco dos países do Conselho das Associações de Futebol da África Austral (COSAFA). Depois de ter falhado a qualificação em 2016, no CAN realizado em Joanesburgo, Angola entrou para história ao alcançar este feito.

Com mais oportunidades de golo, os angolanos conseguiram resistir a pressão exercida dentro e fora do campo e, sempre procuraram conter os níveis de ansiedade até o último segundo. Dos quatro confrontos até aqui disputados entre as duas selecções, Angola contabiliza três vitórias e uma para a Líbia, uma vantagem que voltou a ser vincada neste jogo.

Em 25 anos de carreira, Benvindo Inácio, técnico angolano era um homem visivelmente feliz tendo dedicado a conquista ao povo angolano. “ Quando sai de Angola prometi ao povo angolano, amigos e família que levaria a selecção ao “Mundial”, consegui, hoje sou o homem mais feliz do mundo! Foi uma caminhada difícil, mas os meus jogadores foram briosos e cumpriram a sua missão com zelo”, regozijou o timoneiro angolano.

Lembrar que a equipa treinada por Benvindo Inácio terminou a fase de grupos na segunda posição com seis pontos, antecedido pelo Egipto, este último que fez o pleno ocupando a primeira posição com nove (9) pontos, na pauta classificativa. Na primeira jornada, Angola impôs uma goleada ao seu “país irmão”, Moçambique (7-4), sendo que na segunda jornada caiu aos pés do Egipto por 3-0.

Nota positiva vai para a estrutura organizativa da Confederação Africana de Futebol (CAF) e a Federação Marroquina de Futebol, que garantiram que o evento decorresse sem sobressaltos.

Moçambique cai na fase de grupos

Dos países que representam a COSAFA esteve Moçambique, inserido no Grupo “B” com Angola, Egipto e Guiné-Conacry. Os representantes moçambicanos terminaram o evento  sem ter pontuado deixando um dos seus piores registos nesta prova. Os treinados de Naymo Abdul não conseguiram defender a medalha de bronze, conquistada em 2016 no último “Africano” disputado em Joanesburgo, África do Sul.

Em 2016, Moçambique esteve no grupo “A”, tendo realizado uma boa campanha arrancando triunfos sobre África do Sul (7-4) e Tunísia (4-1), empate com a Zâmbia (4-4), percurso que lhe valeu o apuramento para as meias-finais, onde viria a perder com Marrocos (4-1). Os marroquinos sagraram-se campeões africanos. Já no jogo de apuramento do terceiro classificado, o combinado moçambicano derrotou a Zâmbia por 2-1, na marcação de grandes penalidades.

Deste modo, Angola iguala-se a Moçambique, no que ao número de presença diz respeito em uma Copa do Mundo (1), este último que já havia marcado a sua presença no Campeonato Mundial que teve lugar na Colômbia (2016).

Por Raimundo Zandamela