A Selecção da África do Sul sagrou-se, sábado último, vencedora do Torneio Sub-20 da Mopani Copper Mines da Cosafa, que decorreu, em Kitwe, Zâmbia, ao derrotar na final, a sua congénere do Lesoto por 2-1. A África do Sul, conquistava assim o seu sexto título perante um Lesotho que fez estremecer os treinados de Thabo Senong. O atacante Lyle Foster apontou o primeiro tento a passagem do minuto quatro enquanto que o seu colega Kamogelo Sambo visou aos 39 minutos. O tento de honra da equipa do Lesotho foi marcado aos 58 minutos por Lehlogonolo Matlou.

Na terceira posição ficou o Egipto com a medalha de bronze, que venceu a sua similar do Uganda por 3-1, no jogo de atribuição do terceiro e quarto classificado na classificação geral do evento.

Na premiação, Muhammd Shaban, do Uganda recebeu o troféu de melhor marcador do torneio (quatro golos) para além de um cheque gigante no valor de 500 dólares americanos. Monaheng Ramalefane, do Lesotho, foi considerado o melhor marcador do evento recendo igualmente o valor monetário acima referido. Coube o prémio de melhor jogador da competição ao jogador sul-africano Luvuyo Mkathsana.

 

Susto e apreensão

 

Os sul-africanos reeditaram o feito alcançado em 2013, curiosamente em Maseru, Lesotho, ao derrotar, na final, o Quénia, por 2-0, um convidado que abalou os donos da zona, primeiro na fase de grupos e depois nas meias-finais e na final. Os “Amajita” conquistavam desta forma, um título que lhes fugia desde 2008. Foi o ano em que os treinados do até então treinador de Shakes Mashaba, choravam a morte de Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, depois de 43 anos de opressão do regime racista e segregacionista, Apartheid.

A equipa de Thabo Senong, timoneiro da selecção da África do Sul sabia que não teria pela frente muitos problemas considerando que semanas antes de arrancar o torneio, a sua equipa venceu este conjunto por 6-0, em partida de carácter particular que tinha por objectivo a preparação das duas formações para este compromisso.

Recentemente a selecção da África do Sul participou no Campeonato Mundial da categoria havido na Coreia do Sul, à semelhança da Zâmbia, que este ano foi afastada precocemente da COSAFA. Os representantes do país da bandeira da cor do arco-íris, estrearam com uma derrota diante do Japão (1-2), sendo que no segundo também perderá diante da Itália por 2-0. Esta equipa viria a terminar a fase de grupos com um empate sem golos diante do Uruguai.

Os jogadores de Thabo Senong entregaram-se de forma abnegada e deram tudo o que tinham e até o que não tinham, discutindo cada lance como se fosse o último lance das suas vidas, não espantando, por isso, a conquista conseguida no sábado passado.

Os sul-africanos dominaram claramente o jogo desde os seus momentos iniciais e animaram os espectadores presentes, no Arthur Davies Stadium, o que viria a culminar com a obtenção do seu primeiro golo, quando jogados estavam apenas quatro minutos, num remate rasteiro de Lyle Foster, atacante do Orlando Pirates, da África do Sul. O golo madrugador era o prenúncio de uma vitória folgada por parte da África do que muito bem conhece este adversário. Para não variar, o defesa sul-africano Kamogelo Sambo dilata o placard aos 39 minutos, após uma cobrança de ponta-pé-de-canto batido por um dos seus colegas.

As duas equipas foram ao intervalo com resultado a beneficiar a África do Sul no marcador.

Ainda assim, os representantes do Lesotho não entregaram o título de bandeja, estes ofereceram resistência até o fim do jogo. A passagem do minuto 58 Lehlogonolo Matlou relançou o jogo ao apontar um belíssimo golo batido de um livre directo cerca 50 metros. Animados com o golo, a equipa de Lesley Nots’i acreditou em si e obrigou com que o seu adversário ficasse em sentido de alerta constante.

A pressão começava a pesar para o lado sul-africano, que teve que tratar o seu adversário com mais respeito. Senong teve que fazer com urgências mexidas no seu xadrez na intenção de evitar surpresas desagradáveis.

A África do Sul que fez o pleno no torneio terminou a fase de grupos com um total de nove pontos não deixando nenhuma margem de dúvidas da sua hegemonia venceu tangencialmente o Egipto por 1-0, enquanto que o Lesotho venceu a selecção ugandesa por 6-0, resultado este que só foi conseguido no desempate das grandes penalidades, depois do nulo que prevalecia no tempo regulamentar.

A cerimónia de entrega de prémios contou com a participação especial do vice-presidente Federação de Futebol da Zâmbia, Rix Mweemba que se fez acompanhar com o presidente a Secretária-geral da COSAFA, Sue Destombes, patrocinadores  e outras renomadas figuras proeminentes do panorama desportivo local e não só.

Embora não fossem os donos da casa a erguerem o troféu, a festa de encerramento do torneio esteve a cargo de dois grupos culturais locais que exibiram vários números de danças que exaltam as potencialidades culturais do povo zambiano, e em particular do cobre que é a riqueza que gera divisas a economia do país. Terminava assim mais uma edição do Torneio da Cosafa edição 2017.

Egipto conquista medalha de prata

 

Depois de ter sido afastada nas meias-finais pela sua congénere da África do Sul por 1-0, a selecção do Egipto que mediu forças com Uganda para atribuição do terceiro lugar, saiu-se bem no confronto ao vencendo de forma convincente o seu adversário por 3-1, conquistando dessa forma a medalha de bronze. Roshid Roshid foi quem abriu o caminho para a vitória ao marcar no minuto 20. Discorridos 43 minutos Muhammd Shaban, jogador ugandês, que lidera a lista dos melhores marcadores com quatro golos, iguala o marcador (1-1). Roshid viria a marcar o segundo para a sua equipa a passagem do minuto 58 e o seu colega Abdlrashan Elrayash fechou as contas no primeiro minuto de compensação da etapa complementar dos três atribuídos pelo juiz da partida.

De resto, o Egipto conseguiu o prémio de consolação jogando diante de um adversário que também mostrou o seu valor.  Destacar que estas duas selecções participaram no torneio na qualidade de convidadas.

Frisar que os egípcios tem revelado ser uma potência o nível dos escalões de formações em provas continentais, tendo conquistado por quatro ocasiões o campeonato africano da categoria, após vencer na final  a sua similar do Gana na final da Taça das Nações, disputada na Argélia, através da marca das grandes penalidades, depois de um empate a uma bola em 2013.

Os faraónicos marcaram também a sua presença em oito Mundiais, tendo em 2011 conquistado uma medalha de bronze naquele que é até aqui o seu melhor registo de sempre.