África do Sul e Zâmbia decidem seu futuro na última jornada

A Selecção sul-africana sub-17 de Futebol, marcou um passo importante hoje, ao vencer por 4-1, a sua similar de Moçambique em partida a contar para a segunda jornada do Grupo “B”, da Taça COSAFA que vem sendo disputado desde o passado dia 19 do mês em curso devendo terminar no dia 29. O golo madrugador dos representantes da África do Sul foi apontado por Bongolwetu Syasi a passagem do minuto seis (6), tendo os restantes sido convertidos por Nare, Buthelezi, Mthokozisi  nos minutos 48, 74 e 90 respectivamente. Por sua vez, a Zâmbia levou de vencida o Lesotho por 1-0.

O terceiro e último jogo para África do Sul está marcado para o dia 24, quarta-feira no Estádio Francois Xavier, pelas 15.00 horas locais e determinará quem será  o melhor do grupo e irá transitar para as meias-finais. Enquanto isso, Moçambique que já não alimenta nenhuma esperança de continuar na prova medirá forças no mesmo local, com a sua congénere do Lesotho.

O golo de honra de Moçambique foi apontado pelo avançado a serviço do Clube de Desportos  da Costa do Sol, Pablo Bechardas, um golo diga-se de passagem de belo feito. O pragmatismo e a eficácia dos  por parte dos treinados de Molefi Ntseki, técnico da África do Sul foi determinante para a vitória da sua equipa que nos confrontos até aqui existente leva vantagem sobre Moçambique. A falta de atenção e concentração por parte dos defesas moçambicanos permitiu com que os sul-africanos marcassem o primeiro golo ainda na alvorada da partida.

Amajimbos mantêm a tradição

Ainda não foi desta que Moçambique conseguiu quebrar o enguiço que paira no seio da sua equipa sempre que joga diante da África do Sul.  Está difícil espantar os fantasmas que teimam perseguir a selecção Moçambique, pelo menos a nível da formação.  Os “Amajimbos”, continuam sendo os carrascos dos Mambinhas e provaram uma vez mais que continuam superiores!

Volvidos 24 anos, Moçambique reencontrou-se com a África do Sul numa versão renovada, mas tal como referenciamos anteriormente o trauma das derrotas ainda não foi ultrapassado.

No ano em que a África do Sul realizou as suas primeiras eleições livres (1994) que conduziram Nelson Mandela a presidência do país, depois de 43 anos de opressão do regime racista e segregacionista, Apartheid, a Selecção Nacional Sub-17 de futebol, superiormente liderada pelo professor Martinho Fernandes afastou a sua congénere do Zimbabwe na lotaria de grandes penalidades, nas meias-finais da primeira edição do torneio da Cosafa tendo perdido na final para África do Sul (2-1), num jogo até aqui e má memória do conjunto moçambicano.

Aliás, foi com esta mesma equipa que Martinho Fernandes, o até então técnico da selecção de Moçambique cometeu a façanha de qualificar  os Mambinhas para o Campeonato das Nações Africanas (CAN) do Mali no ano seguinte tendo perdido na final, curiosamente na marcação das grandes penalidades com o país anfitrião.

Recorde-se que na edição passada, a selecção sul-africana entrou com o pé direito ao vencer a sua congénere de Moçambique por 3-1, na jornada inaugural do grupo “B”. Mohammed Shahabodien, defesa direito a serviço do Ajax Cap Town Academy foi o autor dos dois golos que conferiram a vitória a equipa treinada por Molefi Petrus Ntseki nos minutos 17 e 38. Enquanto que o terceiro golo foi marcado pelo meio-campista James Roberto Mcfarlane no minuto 58. O tento de honra de Moçambique foi apontado pelo atacante Gerson Novela aos 65 minutos.

Duas vitórias e uma derrota é o que a Selecção Sub-20 de Futebol, Mambinhas conseguiu produzir no torneio da COSAFA que teve lugar também, nas Ilhas Maurícias no ano passado. Os até então treinados de Nasser Carimo (Nelinho) não conseguiram os pontos necessários para se qualificar para a final.

Zâmbia sofre para vencer  

Depois do título conquistado na época passada, a campeã em título, Zâmbia não conseguiu fazer jus do seu estatuto não conseguindo impor-se diante da bem organizada equipa do Lesotho, a mesma que não permitiu com que a África do Sul conquistasse os três pontos a sua custa. Os Zambianos  acabaram marcando quase ao apagar das luzes transcorridos 89 minutos e Khotso Motsoane foi o herói do jogo quando tudo parecia ter acabado.

As duas equipas disputaram o jogo debaixo de uma chuva torrencial  que de certa forma influenciou negativamente no desempenho das equipas dentro da arena do jogo.  Ainda assim, renovada e com uma defensiva forte e compacta, a equipa do Lesotho embora não conseguisse construir jogadas de contra-ataque estes beneficiaram uma situação flagrante de golo no minuto 85. Mahooana  Mashale desperdiçou uma soberana oportunidade de marcar e selar o jogo.

Depois de ter sido desqualificada no ano passado por ter utilizado atletas com idades superiores a 17 anos, os zambianos  entraram dispostos em limpar a sua imagem e ganhar jogos com verdade desportiva . Como forma de desencorajar actos que em nada dignificam o futebol, a COSAFA apertou o cerco tendo obrigado que os atletas zambianos efectuassem testes de ressonância magnética para apurar a veracidade da idade dos jogadores.