África do Sul conquista sétimo título em final dramática

A Selecção Sub-20 de Futebol da África do Sul revalidou hoje o título, no Torneio da COSAFA, ao vencer na final, a sua congénere do Zimbabwe por 4-3, no desempate das grandes penalidades, depois do 1-1,no tempo regulamentar. Delic Murimba foi o autor do golo da selecção do Zimbabwe enquanto que Lyle Foster marcou o golo da igualdade no minuto 85. Foi na verdade uma final dramática e emotiva.

Lembrar que em 2013, em Maseru, Lesoto os zimbabueanos conquistaram a terceira posição, depois de terem perdido para a África do Sul, esta última que somava o seu quinto título. Duas vezes semifinalista (2008 e 2013), igual número de medalhas de bronze (2009 e 2010). Os “Amjita” reeditaram o trauma de 2013.

Na terceira posição ficou a selecção de Angola que acabou conquistando a medalha de bronze, após vencer a sua similar da Zâmbia por 2-1. Melono Dala (80’) e Zinto Luvambo (83’) foram os autores dos golos da reviravolta da turma Angolana enquanto que Emmanuel Mwiinde marcou pela Zâmbia no minuto 46. Este desafio foi referente aatribuição do terceiro e quarto lugares na classificação geral do torneio.

Lembrar que na fase de grupos a selecção sul-africana terminou líder do grupo com seis pontos fruto de duas vitórias conseguidas frente as Maurícias(5-0) e eSwatini (4-0) respectivamente. Nas meias-finais os “Amajita” afastaram a Angola com uma vitória tangencial de 1-0.  Enquanto o Zimbabwe concluiu a fase de grupos com seis pontos mercê de duas vitórias frente ao Botswana e o Lesotho 2-1 e 4-0, respectivamente. Para chegar a final, os “Young Warriors” levaram de vencida  o anfitrião, Zâmbia por 2-1.

O TorneioSub-20 COSAFA MOPANI Copper Mines, vinha decorrendo desde o passado dia 2 de Dezembro do ano corrente tendo tido o seu epílogo hoje, quinta-feira, dia 13 do mesmo mês. Segundo reza o formato da competição, as equipas estão dispostas em três grupos (ABC), em que transitam para as meias-finais apenas os primeiros melhores classificados de cada e o segundo melhor de todos.

Importa recordar que contrariamente ao que estava previsto a estrutura organizativa do Conselho das Associações de Futebol da África Austral (COSAFA), foi obrigada a última da hora alterar o calendário dos jogos devido a desistência da Namíbia e a chegada tardia da selecção da República Democrática do Congo. Pelo que, ao invés de terem participado 12 equipas a competição acabou comportando 11 selecções.

De referir que em 24 edições até aqui realizadas a Zâmbia é o país com maior número de títulos coleccionados, num total de 11. Depois segue-se o Zimbabwe e África do Sul, com seis, e, finalmente, Madagáscar com um título conquistado em 2005. Referir que a competição foi instituída, em 1983.

Figuras destintas ligadas a esfera desportiva e parceiros da COSAFA e não só marcaram a sua presença na cerimónia de entrega dos troféus. Tratam-se de Christopher Kangombe, presidente do Município da cidade de Kitwe; John Zulu, representante do Ministério da Juventude e Desportos; Timothy Shongwe  presidente da Alta Competição da COSAFA; Andrew Kamanga, presidente da Federação Zambiana de Futebol (FAZ) e Moses Chilangwe representante da Mopani Copper Mines.

Nas premiações coube a selecção da Zâmbia ficar com a distinção de equipa fair-playenquanto que Promise Mkhuma, jogador da África do Sul  ficou com o prémio de melhor jogador o torneio. Ainda na categoria individual, o guarda-redes do Zimbabwe Tinotenda Ali recebeu as luvas de ouro por ter sido o menos batido do torneio. O júri decidiu por unanimidade atribuir as “botas de ouro”  aos atletas Lyle Foster (África do Sul)  e Delic Murimba (Zimbabwe). Ambos jogadores  terminaram a prova com igual número de golos marcados (5).

Campeão não deixa título escapar

Muito renhido, muito disputado e muita entrega por ambas equipas dentro da quadra. Foi desta forma que a África do Sul e o Zimbabwe assumiram o jogo da final que opôs duas equipas que já haviam disputado uma final em 2013.

O campeão em título, África do Sul procurou desde cedo sacudir a pressão saindo a procura do golo desde a altura que tonou as rédeas do jogo. Dois momentos (25’e 30’) marcantes nessa etapa quase colocavam e equipa Thabo Senong em vantagem no marcador. Lyle foi quem esteve na eminência de inaugurar o marcador não fosse a redobrada atenção da defensiva contrária. A 10 minutos do fim da primeira parte os papéis inverteram-se, o Zimbabwe passou a encostar o seu adversário às cordas, mas sem, no entanto conseguir lograr os seus intentos. O  zero a zero foi inevitável até o fim do primeiro período.

A entrada para a segunda parte foi a equipa zimbabueana que decidiu  quebrar a monotonia do jogo e fazer as bancadas vibrarem. Uma displicência cometida na defensiva sul-africana permitiu com que Delic Murimba, melhor marcador da prova com cinco golos desbravasse o caminho para a vitória marcando o primeiro golo quando estavam jogados 65 minutos. A crença e o espírito combativo fez com que os sul-africanos retaliassem  e relançam-se o jogo. O inevitável Lyle Foster foi quem encarregou-se de igualar o placard marcando no minuto 85. Viveu-se momentos dramáticos e de muita tensão por parte dos dois conjuntos. Tudo indicava que o vencedor deste jogo só seria conhecido após o desempate das grandes penalidades. E, na verdade foi o que aconteceu.

Angola bate Zâmbia e conquista bronze

Depois de terem decepcionado o seu público ao serem afastados precocemente na fase de grupos, a Zâmbia viu o seu orgulho ferido e foi impedida de chegar ao seu 12º título. Os anfitriões voltaram a fazer desfeita ao não conseguirem a qualificação para as meias-finais, depois de uma derrota imposta pelo seu eterno rival, Zimbabwe por 2-1.

Importa frisar ainda que a selecção da Zâmbia sagrou-se campeã da Campeonato Africano das Nações da categoria sub-20 pela primeira vez em sua história depois de vencer o Senegal na final.

Mesmo beneficiando do apoio do seu público, os zambianos apresentaram uma performance longe do que se podia esperar, sobretudo tratando-se de um jogo que determinaria o terceiro classificado desta prova. Aliás, a selecção angolana apresentou a mesma postura de jogo. Um desafio caracterizado por muito contacto físico e um parco espectáculo de futebol. Volvidos 35 minutos da primeira etapa os dois conjuntos soltaram-se e assistiu-se a um desafio mais interessante.

A passagem do minuto 42 a Zâmbia protagonizou a primeira situação de perigo num lance de pola parada em que o atacante Kings Kangwa remata em direcção a baliza contrária testando os reflexos do guarda-redes Emanuel Simão. E, foi com o empate no marcador que as duas selecções foram ao intervalo.

Foi apenas necessário o suar apito do árbitro Thulani Sibandze, do eSwatini (ex-Suazilândia) para dar o pontapé-de-saída para os donos da casa marcarem o golo. Emmanuel Mwiinde coloca a sua equipa em vantagem a passagem do minuto 46. Foi preciso muita paciência para  “Palanquinhas Negras” chegarem ao golo do empate. Melono (80’) estabelece a igualdade e  Zito Luvambo (83’) fecha as contas marcando o golo da reviravolta. Uma prestação coroada com uma medalha de bronze, depois de o grosso dos jogadores pressentes nesta prova terem conquistado, no ano passado o título em sub-17 nas Maurícias. Pedro Gonçalves e a sua equipa técnica foram os mentores destes feitos.